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5% a 10% dos casos de câncer colorretal tem origem genética (hereditária)

Mapeamento genético é uma ferramenta a mais para enfrentarmos o câncer.


O câncer colorretal vem tomando a vice-liderança entre os tumores do corpo, excluindo os de pele. Mais de 40 mil casos são esperados no Brasil em 2022. O risco de desenvolver a doença é maior após os 50 anos e, majoritariamente, está associado com o estilo de vida, no qual os principais fatores de risco são a dieta com alimentos processados, sedentarismo, obesidade, etilismo, bebidas açucaradas e tabagismo.

Por sua vez, em 5% a 10% dos casos, o câncer colorretal tem como protagonista uma alteração genética hereditária. As duas síndromes genéticas mais frequentemente associadas com o câncer colorretal são a polipose adenomatosa familiar e o câncer colorretal hereditário não polipose, também chamado de síndrome de Lynch.


Na síndrome adenomatosa familiar, causada por uma mutação no gene APC, o risco de desenvolver câncer colorretal é de quase 100% aos 30 anos de idade!

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Já o risco que um portador de alterações em genes relacionados com a síndrome de Lynch desenvolver a doença pode chegar a 70%.

A síndrome de Lynch é a mais comum no câncer colorretal hereditário. Ela é caracterizada por alterações herdadas, principalmente, nos genes MLH1, MSH2, MHH6, PMS2 e EPCAM. Ao menos 7 entre 10 pessoas com uma destas mutações desenvolverá a doença ao longo da vida. Isso ocorre porque estes genes têm a função de corrigir os danos que são causados ao DNA. Com a mutação, o gene deixa de funcionar corretamente, resultando assim em um acúmulo de erros no DNA durante o processo de divisão celular.


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Com o avanço do sequenciamento de nova geração (NGS), é recomendável realizar a análise de um painel com um amplo espectro de genes relevantes de predisposição ao câncer. Como exemplo, o painel Gastrointestinal investiga 42 genes que são associados com risco hereditário para câncer colorretal, estômago, pâncreas, esôfago, duodeno e intestino delgado. Podemos indicar painéis ampliados de genes que investigam a predisposição para câncer de acordo com as características clínicas e histórico pessoal e familiar. Ao identificar a mutação, somos capazes de oferecer um cuidado mais adequado, como antecipação da idade e maior frequência de colonoscopias e outras medidas profiláticas, reduzindo o risco de desenvolvimento da doença.


Cuidado personalizado em câncer hereditário – O acompanhamento dos pacientes com alteração genética associada com maior predisposição hereditária deve seguir o guideline do National Comprehensive Cancer Network (NCCN). Caso seja identificado a síndrome de Lynch, por exemplo, o rastreamento neste paciente, com exame de colonoscopia, começa aos 25 anos e deve ser repetido anualmente, mesmo que nenhum pólipo tenha sido encontrado na avaliação anterior.


Ao ser identificada a alteração genética associada com câncer colorretal hereditário é importante que o resultado do teste genético e as informações recebidas em consultas de aconselhamento sejam compartilhados com seus familiares. Este cuidado pode beneficiar as futuras gerações. Comparativamente, com um parente de primeiro grau, cerca de metade (50%) de seus genes são compartilhados. Um quarto (25%) de seus genes são compartilhados com parentes de segundo grau, enquanto parentes de terceiro grau compartilham 12,5% dos genes.


Principais recomendações quando o assunto é câncer colorretal hereditário:

– Para pacientes assintomáticos (sem antecedentes pessoais de câncer) com diagnóstico de síndrome de Lynch, realizar colonoscopia a cada 1-2 anos, começando aos 20-25 anos de idade, ou 2-5 anos antes do câncer de cólon mais precoce, se diagnosticado antes dos 25 anos.


– Para pacientes assintomáticos com diagnóstico de síndrome de Lynch e câncer de cólon, as chances de desenvolver mais de um tumor no cólon também são altas. Por conta disso, ao invés de retirar apenas a parte do intestino com câncer, em casos selecionados, também se recomenda uma colectomia total. Nessa cirurgia, o todo o cólon do paciente é removido, mas o reto, em geral, é preservado.


– Em alguns casos, principalmente na polipose adenomatosa familiar, a vigilância com colonoscopias periódicas pode começar na adolescência. Quando o exame identifica uma quantidade considerável de pólipos (mais frequente no começo da vida adulta) uma colectomia total é indicada. Nessa cirurgia, todo o intestino grosso do paciente é removido. Outra possibilidade é a realização de proctocolectomia total, em que o reto do paciente é removido cirurgicamente, juntamente do cólon (intestino). Essa cirurgia é indicada quando há muitos pólipos no reto que não podem ser removidos por colonoscopia.


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©2022 por Dr. Sebastião Procto. Especialista em hemorroidas Orgulhosamente criado com Wix.com

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